A decisão da Rússia de suspender a importação de aves com presença de cloro pode favorecer o Brasil, com maior espaço para o frango nacional no disputado mercado de carnes. Em vigor desde o dia 1º, a medida afeta diretamente as exportações de frango dos Estados Unidos, que já haviam sofrido, em dezembro, um corte de cerca de 20% na cota de importação que a Rússia destinava àquele país.

A Rússia é o maior importador mundial de carne de frango e o principal comprador das aves norte-americanas.

Para o presidente executivo da Abef – Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos, Francisco Turra, o Brasil é o grande beneficiado com a restrição.

“Apenas o Brasil tem capacidade para atender essa demanda. Devido às condições climáticas no país, a indústria dispensa o uso do cloro na defesa sanitária, ao contrário dos EUA que, mais expostos a doenças como a gripe aviária, teriam maiores dificuldades”, explica Turra.

Em 2010, os EUA teriam direito a exportar 600 mil toneladas de frango para a Rússia sem tarifas de importação. O volume corresponde a mais de 75% da cota não tarifária de importação russa de aves para este ano, de 780 mil toneladas. O Brasil não dispõe de uma cota não tarifária própria para exportar frango para a Rússia. Em 2010, o país disputa com outros exportadores uma fatia de apenas 35 mil toneladas. Fora dessa cota, a taxação é de 95%.

A oportunidade para o Brasil foi destacada nessa segunda, dia 4, em relatório, pelo analista do setor de alimentos Rafael Cintra, da Link Investimentos.

Fonte: Canal Rural (acessado em 05/01/10)