O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) expandiu os encontros do Grupo de Apoio Mútuo (GAM) “Cuidando de Quem Cuida” para o interior de São Paulo. A primeira reunião aconteceu em São José dos Campos, no dia 13 de maio, e teve a presença de 11 profissionais.
Criado com a intenção de oferecer um espaço seguro e acolhedor para médicos-veterinários e zootecnistas, o GAM visa proporcionar suporte emocional, compartilhamento de experiências e estratégias para lidar com os desafios da profissão. Os cinco primeiros encontros ocorreram na capital paulista e tiveram como temas a autocompaixão, a atenção plena, as emoções e a inteligência emocional. Além dos encontros mensais na sede do CRMV-SP, já estão previstas mais duas reuniões fora da capital, em Campinas e em Santos.
A idealizadora do projeto, tesoureira e presidente da Comissão de Responsabilidade Técnica do CRMV-SP, Rosemary Viola Bosch, destaca que o grupo foi criado com o único objetivo de acolher os profissionais, para que tenham um lugar em que possam falar e se expressar sem nenhum tipo de julgamento. “Uma das primeiras críticas que recebemos ao iniciar a campanha foi ‘por que só na cidade de São Paulo?’. Iniciamos os encontros na capital e logo decidimos expandir para outros municípios, e agora temos o primeiro evento fora da capital, já com agenda para os próximos dois meses.”
A integrante da Comissão de Responsabilidade Técnica do CRMV-SP, Thaís Vieira Machado Bertozzi, que estava presente ao encontro, acredita que os médicos-veterinários e zootecnistas de fora da capital paulista esperavam por isso, porque existem poucas oportunidades de eventos presenciais do CRMV-SP fora da cidade de São Paulo. “O Conselho sair para ir até o profissional é uma revolução. Eu estou muito feliz de este ser o primeiro grupo de apoio e, principalmente, por levá-lo para outras cidades. O CRMV-SP está chegando mais próximo dos médicos-veterinários e zootecnistas e isso é a melhor função da nossa instituição. Ficamos felizes com o sucesso e resultado de muito trabalho, e pelo interesse dos profissionais”, declara.
O encontro contou com a presença também da presidente da Comissão de Ciência de Animais de Laboratório do CRMV-SP, Luciana Cintra; da conselheira do CRMV-SP, Suely Stringari de Souza; da integrante da Comissão Responsabilidade Técnica do CRMV-SP, Rosália Regina de Luca; da psicóloga especialista em luto, Joelma Ruiz; do ex-presidente do CRMV-SP, Mário Eduardo Pulga; e do representante da ONG Not One More Vet, Luís Gustavo Azeredo.
Autocompaixão
O primeiro encontro do GAM fora da cidade de São Paulo teve como tema a autocompaixão. Além de as mediadoras abordarem os conceitos que envolvem a temática, houve momento de meditação, e os participantes também tiveram espaço para tirar dúvidas, relatar experiências e compartilhar sentimentos e ensinamentos.
A psicóloga especialista em luto, Joelma Ruiz, ressaltou o quanto são necessários a autocompaixão e o autocuidado, considerando inclusive o contexto de luto que o País vive, por conta da tragédia no estado do Rio Grande do Sul. “Esse luto que está acontecendo no nosso País impacta todo mundo, de alguma forma. Então, no encontro, pudemos acolher e falar, e quando a gente fala organizamos nossos pensamentos. Pudemos discutir autocompaixão, julgamento, valor financeiro, entre outros assuntos, e dessa forma, juntos, cuidar um pouco de quem cuida.”
Oportunidades de troca
O ex-presidente do CRMV-SP, Mário Eduardo Pulga, parabenizou a tesoureira do Regional pela iniciativa do GAM e contou sobre a simbologia do logotipo do Conselho. Também abordou a importância de o profissional se valorizar financeiramente e, ainda, de solicitar a assinatura do tutor nos documentos necessários ao atendimento clínico. “Fazer um bom prontuário, com os procedimentos realizados, é o que prova a conduta profissional e evita os processos éticos”, salientou.
Para a presidente da Comissão de Ciência de Animais de Laboratório do CRMV-SP, Luciana Cintra, uma das facilitadoras também do GAM, é importante, sempre e ainda mais em um momento em que estamos muito sensibilizados, saber colocar alguns limites. “A autocompaixão é isso, a gente se entender, parar de se julgar tanto, tentar não se cobrar e querer a perfeição. Desejamos, com essa expansão do grupo para o interior, nesse momento que o País vive, poder colaborar com mais médicos-veterinários e zootecnistas, que são profissões que trazem muito estresse e, assim, esperamos que as pessoas aproveitem esse espaço”, declarou.