CRMV-SP cria grupo de apoio mútuo para médicos-veterinários e zootecnistas

Profissionais poderão compartilhar experiências, desafios e emoções relacionadas ao exercício da Medicina Veterinária e da Zootecnia
Texto: Comunicação CRMV-SP / Foto: Freepik

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), por meio de sua Comissão Técnica de Responsabilidade Técnica, lança Grupo de Apoio Mútuo (GAM) para médicos-veterinários e zootecnistas, o “Cuidando de Quem Cuida”, com a intenção de criar um ambiente seguro e acolhedor para os profissionais. As sessões serão iniciadas em janeiro e conduzidas por facilitadoras habilmente treinadas, que guiarão os encontros com sensibilidade, respeito e empatia.

O lançamento do grupo aconteceu durante o evento “Como cultivar o equilíbrio emocional do RT”, realizado no dia 20 de setembro, em ocasião da campanha Setembro Amarelo de prevenção ao suicídio e conscientização sobre a importância dos cuidados com a saúde mental. O cerne do GAM reside no Programa Cultivando o Equilíbrio Emocional (Cultivating Emotional Balance – CEB), cujo propósito é dotar os médicos-veterinários com as ferramentas necessárias para desenvolverem habilidades de equilíbrio emocional diante das demandas intrínsecas à prática profissional. Este esforço visa aprimorar a vitalidade e a satisfação no contexto laboral, fomentando assim um maior engajamento e bem-estar.

“O médico-veterinário, bem como o zootecnista, em seu dia a dia, passa por dilemas éticos, pessoais e profissionais. Os responsáveis técnicos, por exemplo, assim como nas demais áreas de atuação, precisam fazer escolhas difíceis e o grupo visa explorar essas questões que forem levantadas, além de incentivar a partilha de pensamentos e sentimentos, e a escuta atenta às vivências dos demais”, explica a idealizadora do grupo, tesoureira e presidente da Comissão de Responsabilidade Técnica do CRMV-SP, Rosemary Viola Bosch.

Presidente da Comissão de Ciências de Animais de Laboratório do Regional e instrutora do Programa Cultivando o Equilíbrio Emocional, Luciana Cintra afirma que o GAM tem como principal missão criar um ambiente de compreensão mútua e solidariedade, fortalecendo os laços de humanidade compartilhada entre os profissionais da área. “Na desafiadora jornada da Medicina Veterinária, em que a paixão pelos animais muitas vezes se entrelaça com intensas emoções, uma iniciativa nova e significativa surge do CRMV-SP”, declara.

Sessões

Os encontros serão presenciais, na sede do CRMV-SP em São Paulo, e estarão abertos a todos os médicos-veterinários e zootecnistas, com disponibilidade de 30 participantes ao mês, com inscrição por meio de link a ser disponibilizado. A agenda para 2024 já foi organizada e a primeira sessão ocorrerá no dia 29/01. Os demais encontros a partir de fevereiro acontecerão na primeira segunda-feira de cada mês (com exceção de setembro), às 20 horas, com 1h10 de duração.

Estarão presentes a idealizadora, tesoureira e presidente da Comissão de Responsabilidade Técnica do CRMV-SP, Rosemary Viola Bosch; a presidente da Comissão de Ciências de Animais de Laboratório do Regional, Luciana Cintra; a conselheira, Suely Stringari de Souza; e a psicóloga especialista em luto, Joelma Ruiz.

Vale salientar que as sessões não têm a pretensão de substituir terapia individual ou aconselhamento psicológico. No entanto, são uma ferramenta complementar valiosa para o enriquecimento da inteligência emocional e o o estímulo ao autoconhecimento e à construção de resiliência. Ao auxiliar a enfrentar o estresse, as pressões e as exigências emocionais da profissão de maneira mais eficaz, o GAM desempenha um papel fundamental na promoção do bem-estar geral. “O objetivo dos encontros é validar sentimentos, perdas, trocar informações, oferecer um espaço para escuta e apoio ao profissional”, relata a psicóloga Joelma Ruiz.

Saúde Mental
Foto: Freepik

A vida contemporânea se apresenta hoje, especialmente nos centros urbanos, com inúmeras circunstâncias desafiadoras, como dificuldades nas áreas de relacionamentos interpessoais, de renda, trabalho, moradia, segurança, transporte. “A presença de competição, individualismo e consumismo, do tempo que parece ‘voar’, configuram um ambiente gerador de estresse nas pessoas de maneira geral. Sabe-se que essas circunstâncias, aliadas a fatores individuais, como susceptibilidades genéticas, fatores culturais, educacionais, entre outros, podem levar à manifestação de sintomas tanto mentais – ansiosos e depressivos, por exemplo – como físicos – dores em geral, tensão muscular, indisposição etc. – podendo chegar a um patamar onde a pessoa parece sentir que a vida não vale a pena”, comenta Eduardo Tischer, médico psiquiatra da assessoria de saúde mental da Secretaria de Estado da Saúde Mental do governo do estado de São Paulo.

Pode-se considerar como saúde mental mais que um bem-estar e sentido de realização que engloba vários campos (físico, social, espiritual e até mental propriamente dito). Saúde mental é compreendida como a capacidade de lidar com situações adversas, desafiadoras, no sentido de adaptação através de comportamentos adequados ou na mudança do meio em que se vive, com equilíbrio e sensatez.

“A construção dessa saúde mental é um processo que se faz no dia a dia, seja por meio das relações interpessoais, seja pelas práticas de atividades físicas, pelos cuidados com sono, dieta, espiritualidade, lazer etc”, explica Tischer.

Pode acontecer, porém, que a pessoa esteja com dificuldades para lidar com a saúde mental, trazendo interferências no dia a dia. “Então, procurar uma ajuda poderá ser de grande valia. Hoje há campanhas, como a do Setembro Amarelo, que enfatizam a valorização da vida; há grupos de ajuda mútua; há grupos que buscam uma prática de espiritualidade, entre outras alternativas, além, claro, da busca por ajuda com profissionais específicos da área de saúde mental”, declara Tischer. “É importante a pessoa saber ter esperança e que sempre poderá ser ajudada”.

Ajuda pelo SUS

No Sistema Único de Saúde (SUS), as pessoas podem acessar essa ajuda por meio de:

Unidades Básicas de Saúde (UBS), que representam a entrada do sistema;

Assistências Médica Ambulatorial (AMA), Unidades de Pronto Atendimento (UPA), e Pronto Socorros (PS) para eventualmente um atendimento de emergência;

Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) – no município de São Paulo, com 102 unidades;

Canal PODE FALAR – para jovens de 13 a 24 anos;

Informações complementares pelo site www.prefeitura.sp.gov.br ou pelo fone 156.

Há também o Centro de Valorização da Vida (CVV) – fone 188, 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Notificação de situações de risco

A notificação das lesões autoprovocadas por profissionais da saúde é obrigatória. Tanto em casos de autoagressão, bem como de automutilação e, se for tentativa de suicídio, é imediata, em até 24 horas do conhecimento do agravo. O registro dá visibilidade ao problema e permite dimensionar a magnitude e gravidade da violência e subsidia ações de cuidado e políticas públicas.

Por isso, é importante a percepção de situações de risco e oferecimento de cuidado à pessoa. No estado de São Paulo, de acordo com a Coordenação Estadual de Vigilância Epidemiológica, estão mais suscetíveis ao suicídio: os homens, em relação às mulheres; adultos, de 20 a 49 anos, seguido de adultos de 50 a 59 anos; idosos, de 60 a 79 anos; e adolescentes, de 15 a 19 anos (2021). Além disso, esta é a segunda maior causa de morte entre a faixa etária de 15 a 29 anos, segundo a World Health Organization (WHO, 2021).

Setembro amarelo

Acabamos de passar pelo mês de conscientização a respeito do tema, denominado Setembro Amarelo. O dia 10 de setembro foi definido pela OMS como Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
“É um mês de conscientização para a importância de cuidar da saúde emocional e mental, do autocuidado, do autoconhecimento, especialmente em certas situações como perdas e crises, lembrando que os problemas relacionados possuem origem multifatorial. Então, todos podemos passar por vulnerabilidade e adoecer. Portanto, a campanha Setembro Amarelo foi criada para chamar a atenção de todos e desmistificar transtornos”, declara a psicóloga especialista em luto, Joelma Ruiz.

Confira as datas das sessões programadas para 2024 (inscrições em breve):

29/01
05/02
04/03
01/04
06/05
03/06
01/07
05/08
16/09
07/10
04/11
02/12

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