Academia Brasileira de Zootecnia elege seus 13 profissionais fundadores

Célia Regina Orlandelli Carrer, integrante da Comissão Técnica de Zootecnia e Ensino do CRMV-SP, é a única mulher do grupo e uma das representantes do estado de São Paulo, ao lado do zootecnista Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa
Texto e foto: Comunicação CRMV-SP

A Associação Brasileira de Zootecnia (ABZ) anunciou a eleição dos 13 acadêmicos fundadores para a Academia Brasileira de Zootecnia (AcBZ), que havia sido criada, em maio de 2016. Entre os eleitos estão, representando o estado de São Paulo, os professores Célia Regina Orlandelli Carrer, integrante da Comissão Técnica de Zootecnia e Ensino do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), e Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa.

Única mulher entre os acadêmicos fundadores, Célia salienta que os eleitos representam a Zootecnia em suas dimensões técnica, científica, educacional, profissional e cultural, e que são profissionais que “pensam a Zootecnia”, que contribuem para com o seu desenvolvimento, e que entenderam o importante papel social desta nobre área de atuação desde o início da regulamentação da profissão no País.

“Sinto-me honrada de ser lembrada pelos colegas para representar tantos homens e mulheres que constroem uma Zootecnia pujante no dia a dia. Por ora, coube a mim ser a única mulher dentre os 13 eleitos, mas, tenho certeza, que a participação feminina na AcBZ crescerá em breve tempo pela sua competência, dinamismo e representatividade dentro da Zootecnia. Haverá muito trabalho pela frente”, ressalta a integrante da Comissão Técnica de Zootecnia e Ensino do CRMV-SP.

Célia destaca, ainda, que o estado de São Paulo sempre foi fundamental para o desenvolvimento da Zootecnia nacional, seja pela qualidade científica dos seus pesquisadores, o vanguardismo técnico-tecnológico dos profissionais de campo, ou o pioneirismo da instalação dos primeiros cursos de Zootecnia do País, ainda na década de 1970, formando profissionais de todas as regiões brasileiras.

“Dessa forma, muitos zootecnistas paulistas tiveram papel como influenciadores nos rumos do agronegócio brasileiro, por meio da contribuição da Zootecnia para o setor. É uma felicidade poder representar estes colegas na AcBZ. Sou muito grata pelas oportunidades, ao longo da minha vida, de colaborar na formação profissional de mais de 900 zootecnistas dentro da Universidade de São Paulo (USP), de atuar para a melhor qualidade do ensino da Zootecnia nas esferas local, estadual e nacional, e pelo compromisso que sempre tive com a política-profissional em prol do fortalecimento da Zootecnia”, enfatiza a acadêmica.

Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa, professor adjunto no Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (FCAV/Unesp), campus Jaboticabal, que, em 2020, foi laureado com o prêmio “Luiz Alberto Fries”, concedido pelo CRMV-SP, ressalta a satisfação de ter sido eleito como um dos 13 acadêmicos fundadores da AcBZ, uma honra não só pelo reconhecimento da dedicação na fundação da Associação, mas também pelo trabalho realizado ao longo de sua carreira profissional.

“Sinto-me honrado e feliz com essa eleição.Pelos nomes ali elencados todos são merecedores e, essa eleição foi muito importante pela contribuição desses profissionais para o crescimento da Zootecnia como ciência ou como profissão”, afirma Costa.

O presidente da Comissão Técnica de Zootecnia e Ensino do CRMV-SP, Celso Carrer, analisa de forma extremamente positiva e justa a eleição dos acadêmicos fundadores, um reconhecimento explícito para profissionais que são referência em suas áreas de atuação.

“Os 13 fundadores são exemplos de competência, ética e engajamento profissional, auxiliando a formar e ou influenciar muitos profissionais ao longo de suas vidas. A Dra. Célia é uma referência na profissão e sou testemunha ocular da dedicação e da paixão com que ela sempre atuou profissionalmente. Tenho certeza de que é a primeira mulher de muitas que serão lembradas no futuro, no momento mais adequado quando do crescimento da AcBZ. O Prof. Mateus Paranhos também dispensa apresentações, por se tratar de um dos maiores especialistas em bem-estar animal no mundo. Tenho a certeza de que são unanimidade junto aos colegas de São Paulo e nosso estado se encontra muito bem representado”, afirma Carrer.

Maior visibilidade

Para o presidente do CRMV-SP, Odemilson Donizete Mossero a eleição dos acadêmicos fundadores da AcBZ engrandece a Zootecnia paulista e brasileira. “E dignifica ainda mais a profissão que é nossa coirmã, por isso, é uma satisfação e parabenizo à ABZ e a recém-formada AcBZ pela nomeação desses profissionais que atuam com excelência e são referência em suas áreas”.

Carrer ressalta que os zootecnistas estão muito bem representados pelos 13 colegas nomeados como fundadores, que auxiliaram no crescimento da profissão com carreiras exitosas em todos os segmentos e, portanto, contribuíram efetivamente para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, entre outras conquistas.

“Seguramente, a AcBZ se constituirá em mais um fórum importante para dar a visibilidade e o devido reconhecimento de nossa profissão junto a sociedade, como também servirá de guia e referência para toda a grande, apaixonada e dedicada comunidade de profissionais brasileiros. Parabéns aos colegas e obrigado pela referência que sempre foram para todos nós”, salienta o presidente da Comissão Técnica de Zootecnia e Ensino do CRMV-SP.

Para o presidente da ABZ, o zootecnista Marinaldo Divino Ribeiro, “o estabelecimento da academia representa um passo fundamental para fomentar o pensar a Zootecnia, reconhecer o mérito de zootecnistas de referência em suas respectivas áreas de atuação, promover a ciência Zootecnia em suas diferentes áreas técnicas, estimular a pesquisa contínua, a inovação e a educação em Zootecnia de forma a reafirmar seu papel estratégico para o desenvolvimento sustentável do setor agropecuário no País”.

Patronesse

A AcBZ terá, inicialmente, 13 acadêmicos fundadores, o número é simbólico, pois faz alusão ao Dia do Zootecnista, que tem origem na data da aula inaugural do primeiro curso de Zootecnia no Brasil. Cada um dos acadêmicos escolherá, como patrono ou patronesse de sua cadeira, um intelectual entre os grandes vultos da ciência da Zootecnia no País. A exceção é da cadeira de número 1, que terá como patrono o Prof. Dr. Octavio Domingues e terá caráter ad eternum, em reconhecimento a sua liderança no movimento que culminou com o surgimento da Zootecnia no Brasil como curso de graduação e profissão.

A acadêmica fundadora Célia Regina Orlandelli Carrer escolheu como patronesse a Dra. Ana Maria Primavesi, considerada como a precursora da agroecologia no Brasil. Austríaca, cursou a faculdade de Agronomia na Universidade de Viena, onde fez também seu doutorado em Nutrição Vegetal e Produtividade do Solo. Viveu os horrores da Segunda Guerra Mundial, sendo enviada para campos de concentração. Chegou ao Brasil no pós-guerra e foi professora e pesquisadora na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM-RS), onde fundou e chefiou os laboratórios de Química e Biologia do solo e participou da criação do primeiro curso de pós-graduação em Biologia do Solo, nível de mestrado, da Universidade. Desempenhou um papel fundamental na construção da International Foundation of Organic Agricultural Moviment (IFOAM) na América Latina. O Dia Nacional da Agroecologia no Brasil (3 de outubro) é comemorado na data de seu nascimento. Faleceu em 5 de janeiro de 2020, aos 99 anos, em decorrência de problemas cardíacos.

“Ana Maria foi uma inspiração para mim, desde o início da minha vida acadêmica. Ela sempre apontou para as complexas relações entre o solo, as plantas, os animais e o clima, e chamava a atenção de que o manejo dos solos dos países de clima temperado era inadequado para os nossos solos tropicais. Foi uma visionária da necessidade de pensar o processo produtivo das plantas e dos animais em convergência com a preservação ambiental. Motiva, até hoje, uma legião de pesquisadores e técnicos que compreendem que a produção vegetal é a base para a produção animal, especialmente nos trópicos, e que há outras formas de se produzir para além da utilização indiscriminada de defensivos agrícolas. Na área de pastagens, chamou a atenção para a importância da recomposição das áreas degradadas e a necessidade de se preservar para minimizar os impactos ambientais”, ressalta Célia.

Patrono

Já o acadêmico Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa escolheu como patrono de sua cadeira o Dr. João Barisson Villares, que além de ter sido professor da Unesp de Botucatu na área de Zootecnia, atuando também no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), tem uma longa história de dedicação à Ciência Zootécnica e dá nome ao prêmio na área de Produção Animal do CRMV-SP.

“O Prof. Villares foi pioneiro em grande parte das áreas de atuação do zootecnista que se forma hoje. Ele foi o primeiro a publicar artigo sobre comportamento animal, que é uma das áreas em que eu atuo, também foi um dos primeiros a desenvolver pesquisas sobre a questão de adaptação ao calor, focando na biometeorologia, além, é óbvio, da contribuição que deu para o crescimento da cadeia produtiva pecuária, principalmente, na bovinocultura de corte e bubalinocultura. Então, a escolha se deu por seu mérito e pelo pioneirismo de desenvolver áreas do conhecimento aplicado à Zootecnia que abriram espaço para a atuação de muitas outras pessoas, inclusive, eu mesmo”, conclui Costa.

Saiba mais sobre a AcBZ

Conforme a Resolução dABZ Nº 1, de 15 de março de 2023, que normatiza a sua implementação, a Academia Brasileira de Zootecnia tem por finalidade:

I – Promover, divulgar, valorizar e estimular o desenvolvimento do conhecimento filosófico, científico, tecnológico, e cultural da Zootecnia Brasileira;

II – Cultuar a memória de todos aqueles que contribuíram para a construção, desenvolvimento e aprimoramento da Zootecnia brasileira;

III – Desenvolver, fomentar, produzir e ou participar de projetos e eventos filosóficos, científicos, tecnológicos, culturais e sociais nacionais e internacionais;

IV – Criar e manter acervos histórico, científico e cultural da Zootecnia Brasileira, seja ele material ou imaterial;

V – Celebrar convênios, parcerias, contratos e intercâmbios nacionais e internacionais com diversas entidades com vistas ao aprimoramento e desenvolvimento de suas atividades e da Ciência Zootecnia;

VI – Produzir e publicar periódicos e informativos de suas atividades, bem como obras relacionadas à aplicação da Ciência Zootecnia;

VII – Realizar e incentivar a pesquisa e a produção científica na área de Zootecnia, podendo promover a sua publicação;

VIII – Prestar serviços nos campos de sua atuação conforme seu regimento, bem como comercializar obras por ela publicadas.

Acadêmicos fundadores, em ordem de numeração da cadeira de ocupação:

Walter Motta Ferreira

José Paulo de Oliveira

Célia Regina Orlandelli Carrer

Severino Benone Paes Barbosa

Paulo Roberto Nogara Rorato

Wilson Moreira Dutra Junior

Antônio Gilberto Bertechini

Iran Borges

Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa

Francisco Fernando Ramos de Carvalho

Marcos Elias Traad da Silva

Pedro Adair Fagundes dos Santos

Ézio Gomes da Mota

Relacionadas

03.05_ENCONTRO DE ZOOTECNISTAS_MATERIA
Na foto, um homem idoso, de cabelos brancos e curtos, que usa óculos e veste terno e gravata. Ele sorri para a foto. Este é o Dr. Francisco Cavalcanti de Almeida.
24.04.2024_post_política_de_redes_sociais_MATÉRIA

Mais Lidas

Diagnóstico por imagem é uma das especialidades reconhecidas pelo CFMV
Crédito: Acervo CRMV-SP
Notebook com a tela inicial da Solução Integrada de Gestão do CRMV-SP (SIG CRMV-SP)
Responsável técnico é a figura central que responde ética, legal e tecnicamente pelos atos profissionais da empresa
Crédito: Freepik
Em São Paulo, a primeira instituição destinada ao ensino da Veterinária teve origem no Instituto de Veterinária, nas dependências do Instituto Butantan, no ano de 1919 Crédito da foto: Acervo Histórico/FMVZ-USP

Contato

(11) 5908 4799

Sede CRMV-SP 

Endereço: Rua Apeninos, 1.088 – Paraíso – CEP: 04104-021
Cidade: São Paulo

Newsletter

Todos os direitos reservados ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo – CNPJ: 50.052.885/0001-40