Canil do Corpo de Bombeiros de São Paulo completa 20 anos

Iniciativa surgiu da necessidade de oferecer um tempo de resposta menor na busca de vítimas soterradas ou sob escombros
Texto: Comunicação CRMV-SP
Foto Alberto Takaoka

Em setembro, o Canil do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, referência no treinamento e operações com cães de busca e salvamento no País, completará 20 anos de sua criação.

A iniciativa de instituir o canil foi do major Wilker e do tenente Pugliese, que sentiram a necessidade de oferecer um tempo de resposta menor para a busca de vítimas soterradas ou sob escombros e observaram os bons resultados das equipes de resgate com cães em países como Estados Unidos, México, Chile, Colômbia, Espanha e Japão.

No dia 6 de julho de 2001, a cadela Anny e seu condutor, cabo Panagassi, localizaram um operário que ficou preso sob escombros, por aproximadamente três horas, em um desabamento na Zona Leste de São Paulo. Foi a primeira vítima a ser localizada com vida por um cão no Brasil.

Anny e sua irmã, Dara, foram destaques entre os cães que atenderam ocorrências de grandes proporções no início dos anos 2000. Em 2007, elas atuaram no atendimento à ocorrência da queda do avião da TAM, que matou 199 pessoas. No ano seguinte, ambas se aposentaram oficialmente, sendo adotadas pelos bombeiros que as conduziram em serviço, o sargento Clóvis, na época cabo, e o cabo Panagassi.

O efetivo atual

O contingente de cães no canil segue composto exclusivamente por fêmeas e o sargento Clóvis B. de Souza explica o motivo: “Os animais não são castrados para que não haja interferência em seus comportamentos naturais. Porém, os cães machos acabam perdendo a atenção mais facilmente pela necessidade de marcar território ou sentirem o cheiro de fêmeas no cio.”

Atualmente há sete cadelas, das quais quatro estão em serviço: Hope, Cléo e Vasty, da raça Pastor Belga de Malinois, e Sarah, da raça Labrador. Elas atuaram nas operações do Corpo de Bombeiros em atendimento à tragédia do edifício Wilton Paes de Almeida, no Centro de São Paulo, que desabou depois de incendiar, em maio deste ano. Os trabalhos transcorreram por 13 dias.

Vasty, a mais experiente delas, com quase sete anos de idade, conseguiu identificar o maior número de corpos sob os escombros.

Desafio

O sargento Clóvis B. de Souza comenta que Vasty é a única preparada para identificar vítimas mortas, o que requer treinamento específico, devido à mudança dos odores. Esse preparo é um desafio a mais para as corporações no Brasil, uma vez que o uso de odores sintéticos representa custos mais altos, exigindo importação do produto, e não garante a mesma eficácia que o material orgânico.

“Já o acesso à matéria biológica é dificultado por entraves da legislação brasileira, que não prevê a destinação desse material para este fim, como ocorre em países como Argentina e Estados Unidos”, ressalta o sargento.

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