Escassez de profissionais e de tecnologia é lacuna entre pequenos produtores de leite no País

Sustentabilidade e competitividade no setor dependem da expertise de médicos-veterinários e zootecnistas, aliada ao investimento em recurso para gestão e manejo eficientes
Texto: Comunicação CRMV-SP
Foto: Pixabay

No mês em que se comemora o Dia Mundial do Leite (1º de junho), criado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em reconhecimento à importância do leite como alimento global, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) ouviu profissionais sobre o setor no Brasil.

Para eles, a ausência de médicos-veterinários e zootecnistas e a escassez de recursos tecnológicos nas pequenas produções de leite são os principais entraves que impedem o desenvolvimento do setor.

Os números mais recentes do levantamento “Produção da Pecuária Municipal (PPM) 2016”, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dão uma ideia do retrato atual do ramo leiteiro. O Brasil pode ser considerado um destaque no que diz respeito ao rebanho, pois detém o 3º maior efetivo de vacas leiteiras do mundo. Mas a produção nacional de leite está em 5º lugar no ranking mundial.

Ainda segundo o IBGE, a produção brasileira de leite foi de 33,62 bilhões de litros em 2016, o que representa uma retração de 2,9% em relação ao ano anterior (2015).

Vale listar ainda que as informações da PPM, somadas às da “Pesquisa Trimestral do Leite”, outro levantamento feito pelo Instituto, indicam que a produção de leite fiscalizada correspondeu a 69% do total de leite produzido no País em 2016.

Levantamento do IBGE indica que, em 2016, mais de 30% do leite produzido no Brasil não passou por sistemas de controle

Padronização para o desenvolvimento

A zootecnista Thalita Cucki, docente da Universidade Anhembi Morumbi, destaca a necessidade de se estabelecerem padrões para a eficiência nos processos da produção brasileira de leite.

“Em países como Estados Unidos e Nova Zelândia, vemos padronização de sistema de produção, rebanho e das características socioeconômicas do produtor. No Brasil, a maior parte dos produtores é de pequenos que não têm recursos considerados fundamentais para tornar os processos sustentáveis”, enfatiza Thalita.

No exterior, o uso de ordenha robotizada é realidade, mas no Brasil uma parcela considerável não conta nem com a mecanizada

(Thalita Cucki)

Tecnologia é fundamental

Para o médico-veterinário Ricardo Moreira Calil, presidente da Comissão Técnica de Alimentos, do CRMV-SP, com a falta de investimentos, o produtor deixa de ganhar em diferentes esferas, como: controle do rebanho, qualidade microbiológica do leite, programas de biosseguridade e outras ações que possam melhorar a produtividade e a qualidade do que é produzido.

“Sem uso de tecnologia não há viabilidade para driblar as dificuldades e obter resultados satisfatórios”, ressalta o médico-veterinário.

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