MEC aprova novas Diretrizes Curriculares do curso de Medicina Veterinária

Uma das principais alterações é a exigência de trabalho prático dos estudantes nos dois últimos semestres do curso
Texto: Comunicação CRMV-SP (em cima de texto da Comunicação CFMV)
Foto: Freepik

Após quatro anos de trabalho e articulação do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), o Ministério da Educação (MEC) homologa as novas Diretrizes Curriculares nacionais (DCNs) do curso de graduação de Medicina Veterinária.

A publicação foi feita no Diário Oficial da União, desta quinta-feira (01/08), e as Instituições de Ensino Superior (IES) têm dois anos para se adaptar às novas exigências. Uma das principais alterações é o estágio que exige trabalho prático dos estudantes nos últimos dois semestres do curso.

“No final do curso, os alunos terão, no máximo, 10% de teoria, sendo o resto voltado para formação em serviço, atuando com a presença permanente do professor em diferentes áreas da profissão”, explica o presidente da Comissão Nacional de Educação em Medicina Veterinária (CNEMV/CFMV), Rafael Mondadori.

Para Mondadori, a atividade prática com a presença de animais é indispensável, ou seja, os cursos têm de ter casuística adequada para aprendizagem. E reforça a utilização de metodologias ativas durante a formação, com programa permanente de avaliação e formação do corpo docente das IES, além de regulamentar o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) e destacar a relevância de estágios curriculares e atividades complementares.

Serviço médico-veterinário

As Diretrizes ainda definem que as instituições devem ofertar serviço médico-veterinário, tendo de tratar do planejamento, da avaliação, da participação e do gerenciamento da estrutura. Elas devem ter hospital ou clínica veterinária próprios para animais de produção e de companhia.

“Com a fiscalização adequada, só poderá manter funcionamento a instituição com estrutura apropriada para formação profissional”, avalia Mondadori. A fazenda pode ser própria ou conveniada, mas as Diretrizes definem quais as áreas que devem ter na fazenda, como bovinocultura de corte, de leite, avicultura, suinocultura, equinocultura, ovino, caprino e psicultura.

Saúde Única

Também ficaram claras nas DNCs, segundo o professor, as questões de Saúde Única (saúde humana, animal e ambiental), de sustentabilidade econômica, social e ambiental, e da importância do bem-estar animal. “Inclusive, temas como meio ambiente, bem-estar animal, legislação e ética devem ser abordados de forma transversal e não serem tratados em disciplinas específicas”, afirma Mondadori.

De acordo com o presidente da CNEMV, não houve mudanças sobre as competências e habilidades gerais relacionadas às questões humanísticas, pois já era algo moderno. Por outro lado, as DCNs destacaram a importância das doenças emergentes e reemergentes e ainda orientam as instituições sobre quais tópicos devem constar no projeto pedagógico com ênfase para pesquisa e iniciação científica.

Histórico

O processo de atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação de Medicina Veterinária começou, em 2014, quando o CFMV realizou um Seminário de Ensino para analisar as DCNs que eram de 2003. Grupos de trabalho sugeriram temas que precisavam de atualização. Em 2015, a CNEMV trabalhou na consolidação das sugestões e, em 2016, enviou documento para as comissões de Educação dos Conselhos Regionais (CRMVs) e IES, visando contribuições e suporte de todos atores envolvidos no processo.

Em 2017, o CFMV entregou a primeira versão das DCNs ao Conselho Nacional de Educação (CNE), participou de debate sobre a proposta, que passou por edições, e teve uma minuta fechada ao final do ano. A Câmara de Educação Superior do CNE, em 2018, fez a minuta do parecer, que foi aprovado pelo CNE em 23 de janeiro (Parecer nº 70/2019), homologado pelo MEC nesta data.

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