Médicos-veterinários e zootecnistas prestam assistência a animais no Parque do Juquery

Comissão de Resgate Técnico Animal do CRMV-SP auxilia na organização dos trabalhos
Texto e fotos: Comunicação CRMV-SP

A Comissão de Resgate Técnico Animal e Medicina Veterinária de Desastres do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) atua desde ontem (23/08) no Parque Estadual do Juquery. O grupo auxilia na organização das atividades de 23 profissionais voluntários, entre médicos-veterinários, zootecnistas, biólogos e auxiliares.

No parque, que concentra o último fragmento de cerrado da região Metropolitana de São Paulo e enfrentou mais de 40 horas de um incêndio responsável por consumir quase 80% de um território de 2 mil hectares, os médicos-veterinários Leonardo Maggio de Castro e Cláudio Zago Junior estiveram em reunião com a gestão do parque e o comando de operações do Corpo de Bombeiros, colocando a classe e a autarquia a disposição para auxiliar nesse momento.

“A primeira medida foi buscarmos o comando de operações dos Bombeiros e implantarmos um fluxograma para as atividades veterinárias de resgate e assistência, por meio de um sistema de comando de incidente”, afirmou o presidente da Comissão de Resgate Técnico do CRMV-SP, Leonardo Maggio de Castro.

De acordo com o médico-veterinário e tenente aposentado dos Bombeiros, Cláudio Zago Junior, os voluntários foram divididos entre operacional; logística; administração; e posto médico avançado. “Os animais são triados pela escala de Manchester, utilizada também em hospitais humanos, e atendidos. Sendo necessária alguma intervenção ou cuidado intensivo, são destinados ao CRAS ou a clínicas veterinárias regulares previamente catalogadas”, destaca.

As carcaças dos animais mortos que forem encontrados serão encaminhados para o Zoológico de Guarulhos para perícia médica-veterinária, necropsia e laudo.

Sete animais foram atendidos

Foram assistidos pelo centro de comando veterinário, até o momento, sete animais, sendo duas serpentes, um ouriço, três lagartos, e um tatu mirim, também conhecido como tatuí. Uma serpente e um lagarto não sobreviveram, e os demais foram soltos.

O ouriço foi encaminhado ao Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres com as patas queimadas e intoxicação pela fumaça. Já o tatu mirim, que chegou em estado de choque e desidratado, ainda passa por cuidados e observação no local.

Médicas-veterinárias tratam de um tatu mirim resgatado. Uma delas segura o animal e outra arruma a caixa de transporte com folhas para abrigá-lo

Soltura e novos atendimentos

“Foi registrada a geolocalização de onde o tatu mirim foi capturado para que seja feita a soltura preferencialmente no mesmo local, após estudo sobre as condições para a busca de comida e toca. O ideal é sempre que o animal consiga ser solto o quanto antes para o menor estresse possível”, destacou a médica-veterinária integrante do Grupo de Resgate Animal em Desastres (Grad), Luciana Guimarães, que lidera as ações no posto de comando veterinário.

De acordo com Luciana, ao longo dos próximos dias mais animais devem ser atendidos, especialmente com a liberação das áreas queimadas pelos Bombeiros e o aparecimento em rodovias e zonas residenciais. “A população não deve tentar capturar ou afugentar. A orientação é acionar o Corpo de Bombeiros para que a equipe de médicos-veterinários seja direcionada ao local.”

Conhecimento necessário

Entre os voluntários no centro de comando veterinário formado para atender a ocorrência estão profissionais experientes como o médico-veterinário Alexandre Akagi e o auxiliar de médico-veterinário Dario Márcio, ambos da Brigada de Fauna do Instituto Veterinário de Guarulhos, que já atuaram em desastres como os de Brumadinho, de Mariana e do Pantanal.

“Para atuar como brigadista, precisamos de conhecimentos sobre fauna, incêndio, resgate técnico, direção dos ventos, sobrevivência na selva e geolocalização. Precisamos de mais médicos-veterinários preparados, assim como políticas públicas que garantam a exigência de brigadas de fauna em locais como esse”, ressaltou Akagi.

Estudantes e profissionais de prontidão

Pela primeira vez como voluntários em situações de desastres, a médica-veterinária da Zona Norte de São Paulo, Solange Regolão, e o estudante do oitavo semestre de Medicina Veterinária da Universidade de Sorocaba, João Vitor Marques Antunes, também estavam de prontidão para auxiliar nas atividades de assistência aos animais.

“É uma experiência fantástica e gratificante poder ajudar nesse triste momento. Os animais chegam debilitados, desidratados e com perda de tecido. E infelizmente alguns evoluem para óbito”, diz Solange. Para João Vitor, a vivência têm sido especial. “Sou coordenador do Grupo de Estudos em Resgate Técnico Animal na universidade e sempre quis participar de ações como esta. É incrível a emoção e a adrenalina em poder colaborar.”

Comissão de Resgate Técnico atua em resgate de animais no Parque Estadual do Juquery

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Comissão de Resgate Técnico Animal do CRMV-SP alinha as ações de resgate.

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Comissão de Resgate Técnico Animal do CRMV-SP durante treinamento com as equipes de voluntários.

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Leonardo Maggio de Castro, presidente da Comissão de Resgate Técnico Animal do CRMV-SP, em campo durante o resgate a animais vítimas do incêndio no Parque Estadual do Juquery.

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(Da esquerda para a direita) Leonardo Maggio de Castro, presidente da Comissão de Resgate Técnico Animal do CRMV-SP, Renan Borges Inácio, membro suplente, e Claudio Zago Junior, membro efetivo.

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Membros da Comissão de Resgate Técnico do CRMV-SP em campo junto com o comando de operações.

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Leonardo Maggio de Castro, presidente da Comissão Resgate Técnico Animal do CRMV-SP, em entrevista a TV Bandeirantes.

Médicas-veterinárias tratam de um tatu mirim resgatado. Uma delas segura o animal e outra arruma a caixa de transporte com folhas para abrigá-loMédicas-veterinárias tratam de um tatu mirim resgatado. Uma delas segura o animal e outra arruma a caixa de transporte com folhas para abrigá-lo

Animal resgatado recebe atendimento de médicos-veterinários voluntários.

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Animal resgatado recebe atendimento de médicos-veterinários voluntários.

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(Da esquerda para a direita) Alexandre Akagi, médico-veterinário, Dário Márcio, auxiliar veterinário brigadista, do grupo Brigada de Fauna do Instituto Veterinário Guarulhos.

Voluntários médicos-veterinários, zootecnistas, biólogos e auxiliares posam em frente a árvoresVoluntários médicos-veterinários, zootecnistas, biólogos e auxiliares posam em frente a árvores

Médicos-veterinários, zootecnistas e biólogos atuam em resgate de animais no Parque Estadual Juquery.

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