Médicos-veterinários são fundamentais na garantia da Saúde Única

Convocados pelo MS, profissionais devem integrar ações contra a Covid-19
Comunicação CRMV-SP

Este ano, o Dia Mundial da Saúde acontece no momento em que o mundo vive a pandemia do coronavírus e os profissionais da saúde seguem na linha de frente do combate à Covid-19.

Reconhecidos como parte desse grupo de heróis pela Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº 287/98, os médicos-veterinários já têm papel fundamental na construção da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde (SUS), incluídos nas equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), desde 2011. E agora, são convocados pelo Ministério da Saúde (MS) a se prepararem para o enfrentamento da doença.

Nesse cenário, colocarmos em prática o conceito de Saúde Única se faz mais do que necessário. De acordo com Adriana Maria Lopes Vieira, presidente da Comissão Técnica de Saúde Pública (CTSP) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), o conceito pode ser entendido como uma abordagem integrada que reconhece a interconectividade entre a saúde humana, animal e do ambiente.

“A contribuição do médico-veterinário pode ocorrer de inúmeras formas, uma vez que a formação em Medicina Veterinária permite sua atuação em diversas áreas, como vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental, prevenção e controle de zoonoses, epidemiologia, educação em saúde, biossegurança e biosseguridade, pesquisa (desenvolvimento de vacinas, novos tratamentos e métodos diagnósticos)”, enfatiza Adriana.

Para o enfrentamento dessa pandemia, é indispensável o desenvolvimento de ações multidisciplinares e interinstitucionais

(Adriana Maria Lopes Vieira)

Princípios estratégicos

A presidente da Comissão Técnica de Educação do CRMV-SP, Helenice Souza Spinosa, explica que o médico-veterinário tem amplos conceitos de epidemiologia, patologia, biossegurança/biosseguridade, zoonoses, vigilância sanitária “e tantos outros saberes que estão relacionados não só com os animais, mas que envolvem também o ser humano, incluindo a garantia da qualidade dos produtos de origem animal”.

Para Carlos Augusto Donini, conselheiro e presidente da Comissão Técnica de Políticas Públicas (CTPP) do CRMV-SP, “a grande tragédia que se experimenta pela pandemia confirma os princípios e estratégias da Saúde Única, onde todos os profissionais do setor de saúde estão relacionados e comprometidos transversalmente com seus objetivos comuns: o bem-estar do ser humano e seu universo relacional entre as espécies e seus ecossistemas”.

 

Entre os médicos-veterinários, a Saúde Única é um conceito bastante consolidado

(Helenice Souza Spinosa)

As competências técnicas de cada profissional são complementares e se fundem na resolução efetiva dos desafios que se apresentam

(Carlos Augusto Donini)

Alerta da OIE

Adriana destaca que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) pede aos médicos-veterinários que exercem atividades junto a serviços de saúde pública que mantenham estreita ligação com os que atuam nas demais áreas da Medicina Veterinária, inclusive com responsáveis pela fauna silvestre, utilizando a abordagem One Health para compartilhar informações, garantir mensagens de comunicação e gerenciamento de riscos.

“Embora, até o momento, não haja evidências significativas de que animais de estimação possam adoecer ou transmitir o novo coronavírus, por tratar-se de doença que ainda carece de muitos estudos, é importante a observação e registro de quaisquer informações epidemiológicas relevantes”, ressalta a presidente da CTSP do CRMV-SP.

O desconhecimento não pode justificar ações inadequadas contra animais domésticos e selvagens que comprometam seu bem-estar e saúde

(Adriana Maria Lopes Vieira)

Precaução

Em que pese a incerteza sobre a origem da Covid-19, Adriana lembra que, de acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), como precaução geral, em locais em que haja comércio de animais vivos ou de produtos de origem animal, devem ser aplicadas medidas gerais de higiene, evitando o contato com animais doentes ou produtos de origem animal sem procedência e a presença de animais sinantrópicos (pombos, roedores, insetos).

“Além de promover o gerenciamento adequado de resíduos e, de acordo com as boas práticas gerais de segurança alimentar, é importante que carnes cruas, leite ou órgãos de animais sejam manuseados com cuidado, para evitar possível contaminação cruzada com alimentos não cozidos por zoonoses, tema de profundo conhecimento e atuação da Medicina Veterinária”, explica a presidente da CTSP do CRMV-SP.

 

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