OMS define 10 prioridades de saúde para 2019. Resistência antimicrobiana é uma delas

Lista inclui ainda o combate à poluição ambiental e às mudanças climáticas, infecções transmissíveis como o ebola, a dengue, a gripe e o HIV, doenças crônicas e outros desafios
Texto: Comunicação CRMV-SP (com informações da ONU)
Foto: Pixabay

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem metas ambiciosas para 2019. Entre os objetivos da agência da Organização das Nações Unidas (ONU), está a ampliação do acesso e da cobertura de saúde para atender a 1 bilhão a mais de pessoas na comparação com números atuais.

Para tirar essas resoluções do papel, a OMS estipulou dez prioridades para o ano que se inicia. A lista inclui o combate à poluição ambiental e às mudanças climáticas, infecções transmissíveis como o ebola, a dengue, a gripe e o HIV, doenças crônicas e outros desafios de saúde pública.

Entre as prioridades está a resistência antimicrobiana – a capacidade de bactérias, parasitas, vírus e fungos resistirem a antibióticos, antivirais e antimaláricos – que ameaça nos mandar de volta a uma época em que não conseguíamos tratar facilmente infecções como pneumonia, tuberculose, gonorreia e salmonelose. A incapacidade de prevenir infecções pode comprometer seriamente cirurgias e procedimentos como a quimioterapia.

A resistência aos medicamentos é impulsionada pelo uso excessivo de remédios antimicrobianos não só em pessoas, mas também em animais, especialmente os que são utilizados na produção de alimentos e no meio ambiente. A OMS trabalha com esses setores para implementar plano de ação global, aumentando a conscientização sobre o tema, reduzindo as infecções e incentivando a aplicação adequada desses medicamentos.

Confira abaixo as outras nove prioridades da OMS para 2019

– Poluição do ar e mudanças climáticas: nove em cada dez pessoas respiram ar poluído todos os dias. Em 2019, a poluição do ar é considerada pela OMS como o maior risco ambiental para a saúde. Cerca de 90% dessas mortes ocorrem em países de baixa e média renda. A principal causa da poluição do ar, a queima de combustíveis fósseis, também contribui para a mudança climática, que afeta a saúde das pessoas de diferentes maneiras.

 

Entre 2030 e 2050, mudanças climáticas devem causar 250 mil mortes a mais por ano devido à desnutrição, malária e estresse por calor

 

– Doenças crônicas não transmissíveis: como diabetes, câncer e doenças cardiovasculares são responsáveis por mais de 70% de todas as mortes no mundo. Mais de 85% dessas mortes precoces ocorrem em países de baixa e média renda. O aumento da ocorrência dessas doenças tem sido impulsionado por cinco fatores de risco: o uso do tabaco, a inatividade física, o uso nocivo do álcool, as dietas pouco saudáveis e a poluição do ar.

 

Em 2019, a OMS trabalhará com os governos para atingir a meta global de redução em 15% da inatividade física até 2030

 

– Pandemia de gripe: o mundo enfrentará outra pandemia de influenza, o que ainda não se sabe é quando ela chegará e o quão grave será. A OMS está constantemente monitorando a circulação dos vírus influenza para detectar possíveis cepas pandêmicas: 153 instituições em 114 países estão envolvidas na vigilância e resposta global.

 

Todos os anos, a OMS recomenda quais cepas devem ser incluídas na vacina contra a influenza para proteger as pessoas da gripe sazonal

 

– Cenários de fragilidade e vulnerabilidade: mais de 1,6 bilhão de pessoas, 22% da população mundial, vivem em locais onde crises prolongadas (uma combinação de fatores como seca, fome, conflitos e deslocamento populacional) e serviços de saúde mais frágeis as deixam sem acesso aos cuidados básicos de que necessitam. Existem cenários frágeis em quase todas as regiões do mundo.

 

A OMS quer tornar essas nações capazes de prestar serviços de saúde de alta qualidade, incluindo os de vacinação.

 

– Ebola: em 2018, a República Democrática do Congo foi palco de dois surtos de ebola, que se espalharam para cidades com mais de 1 milhão de pessoas. Uma das províncias afetadas também está em zona de conflito. Isso mostra que o contexto é crítico, quando se trata de um agente patogênico que ameaça a saúde global, como é o caso do ebola.

 

Plano R&D Blueprint da OMS identifica doenças e patógenos que podem causar emergência de saúde pública e precisam de tratamento e vacina

 

– Atenção primária de saúde: é geralmente o primeiro ponto de contato que as pessoas têm com o seu sistema de saúde e, idealmente, deve fornecer, ao longo da vida, cuidados integrados, acessíveis e baseados na comunidade. Muitos países não têm instalações de atenção primária de saúde adequadas.

 

Em 2019, a OMS trabalhará com parceiros para revitalizar e fortalecer a atenção primária de saúde nos países

 

– Relutância em vacinar: ou a recusa, apesar da disponibilidade da vacina, ameaça reverter o progresso feito no combate a doenças que podem ser prevenidas por meio da imunização.

Trata-se de uma das formas mais custo-efetivas para evitar doenças e fatalidades. Hoje, previnem-se cerca de 2 a 3 milhões de mortes por ano. Outras 1,5 milhão de mortes poderiam ser evitadas se a cobertura global de vacinação tivesse maior alcance.

 

Em 2019, a OMS aumentará esforços para eliminar o câncer do colo de útero no mundo, aumentando a cobertura da vacina contra o HPV

 

– Dengue: doença transmitida por mosquitos, pode causar sintomas semelhantes aos da gripe. A infecção tem sido uma crescente ameaça de saúde nas últimas décadas e pode ser letal. A enfermidade mata até 20% das pessoas que desenvolvem sua forma grave. Estima-se que 40% de todo o mundo está em risco de contrair o vírus da dengue, são cerca de 390 milhões de infecções por ano.

 

A estratégia da OMS para controlar a dengue visa reduzir as mortes em 50% até 2020.

 

– HIV: os progressos têm sido enormes, com o fornecimento de remédios antirretrovirais para 22 milhões de pessoas no mundo e o acesso ampliado a métodos de prevenção, como a profilaxia pré-exposição (PrEP). Apesar disso, a epidemia continua a se alastrar, com quase 1 milhão de pessoas morrendo por HIV/AIDS a cada ano.

 

A OMS trabalhará para apoiar a introdução do autoteste para que as pessoas que vivem com HIV conheçam seu status e recebam tratamento

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