Zootecnia de precisão: da escrituração zootécnica às tecnologias de ponta

Aliados à gestão e ao planejamento, os recursos tecnológicos permitem processos mais sustentáveis e bem-estar animal
Texto: Comunicação CRMV-SP
Foto: Pixabay

O termo ganhou força, nos últimos dez anos, e as práticas envolvidas por sua definição são consideradas primordiais na Agropecuária. Estamos falando da Zootecnia de Precisão, que permite processos mais sustentáveis por meio de recursos tecnológicos, tendo resultados como redução de impactos ambientais, aumento da lucratividade e controle visando a garantia do bem-estar dos animais de produção.

Diferente do passado, quando se usava apenas Escrituração Zootécnica, em que tudo era feito manualmente e o controle e cruzamento de dados e informações era demorado e burocrático, com a Zootecnia de Precisão há otimização e eficiência, a partir do uso de equipamentos, aplicativos, softwares, sensores, microchips e a inteligência tecnológica Big Data.

“Essa otimização acontece em vários aspectos, como mão de obra, tempo e processos”, afirma a Profa. Dra. Thalita Cucki, que ministrará a palestra “Zootecnia de Precisão: aplicação e desafios” no I Encontro de Zootecnistas do Estado de São Paulo, que será realizado no próximo dia 18 pelo CRMV-SP.

De acordo com Thalita, na Zootecnia de Precisão a tecnologia é utilizada dentro de um contexto vinculado a outras habilidades dos zootecnistas: gestão, planejamento e olhar técnico. “Somando diferentes frentes de atuação, alcançamos a padronização da produção com recursos que oferecem eficiência e bem-estar animal.”

Eficiência

“É possível saber quanto uma vaca deve comer da ração mais cara, a partir da quantidade de leite que ela produz. Isso se reflete na nutrição do animal e no seu bem-estar”, menciona o Prof. Dr. Paulo Marcelo Tavares Ribeiro, que também palestrará no I Encontro de Zootecnistas do Estado de São Paulo, sobre o tema “Rastreabilidade e Certificação de Carne Bovina”.

Outro exemplo citado por Ribeiro tem como resultado a facilitação para a reprodução. “Há recursos tecnológicos capazes de verificar, pelo comportamento e parâmetros do animal, que ele entrou no cio e, assim, são reduzidas as chances de o produtor perder o período de monta, submeter o animal a estresse e ter prejuízos.”

Na Aquicultura, uso da tecnologia se dá com recursos de climatização, estações meteorológicas e medidores de oxigênio e temperatura

Entre lacunas e potenciais

Os avanços que a Zootecnia de Precisão proporcionou às produções são inquestionáveis. Mas não se trata de uma realidade para a maioria dos produtores brasileiros. No caso dos pequenos, que são parte importante da cadeia produtiva do País, Thalita comenta que não há acesso às tecnologias de ponta, uma vez que o custo para obter esses recursos ainda é alto.

“Temos muitos pequenos produtores que trabalham duro e contribuem com os índices de produção. Porém, faltam políticas públicas que colaborem para que eles consigam investir em tecnologia e em profissionais zootecnistas que façam a gestão e o planejamento necessários”, afirma Thalita que, por esse prisma, considera que o Brasil ainda “engatinha” na área.

Não somos um País que planejou a Pecuária e o cenário desigual que observamos é reflexo dessa lacuna

(Thalita Cucki)

 

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