Brasil é reconhecido como país livre de febre aftosa sem vacinação

Status amplia mercados com atuação decisiva e respaldo técnico da Medicina Veterinária e da Zootecnia
Texto adaptado com informações do CFMV
Foto: Adobe Stock

O Brasil foi oficialmente reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa) como país livre de febre aftosa sem vacinação. O anúncio, feito durante a 92ª Sessão Geral da entidade em Paris (França), nesta quinta-feira (29/05), marca um novo capítulo na história sanitária brasileira e abre caminho para a ampliação de mercados internacionais para a carne bovina e outros produtos de origem animal.

A conquista é fruto de décadas de trabalho coordenado e os médicos-veterinários e zootecnistas têm papel fundamental nesse processo. Profissionais inscritos no Sistema CFMV/CRMVs estiveram presentes em todas as etapas, desde a elaboração dos planos estratégicos até a atuação direta em campo, garantindo a vigilância epidemiológica e o bem-estar dos rebanhos. O CRMV-SP reconhece a relevância da atuação dos profissionais da carreira para essa conquista e reforça seu apoio ao fortalecimento da inspeção oficial.

Para o coordenador de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo (CDA), Henrique Barrochelo, o reconhecimento internacional da sanidade dos rebanhos traz benefícios relevantes especialmente pela abertura comercial aos produtos pecuários, principalmente bovinos e suínos, paulistas e brasileiros. Segundo o coordenador, o País atinge o patamar mais elevado de reconhecimento, o que reforça a qualidade e credibilidade dos Serviços Veterinários Oficiais (SVOs), que reflete inclusive na confiança internacional de outros produtos agropecuários para além das carnes, leite e seus derivados. 

“O médico-veterinário teve papel central na conquista da erradicação da febre aftosa, liderando as campanhas de vacinação nos setores públicos e privados. Foram mais de 50 anos de trabalho duro, promovendo orientações técnicas para a correta vacinação dos rebanhos e atuando no controle dos surtos da doença permitindo alcançar a erradicação do vírus. Agora esse profissional continua com o protagonismo de promover a vigilância ativa e passiva com vistas à detecção precoce da doença caso ela regresse, permitindo uma resposta eficiente para controle imediato. Promover e vigiar a saúde animal é garantir bem-estar aos animais, segurança alimentar à humanidade, equilíbrio ambiental e progresso econômico ao País”, ressalta Barrochelo.

O monitoramento da febre aftosa é uma das estratégias mais importantes para manter a sanidade dos rebanhos e proteger a economia rural. Por isso, o envolvimento de profissionais da saúde animal, produtores rurais e suas equipes é fundamental. O curso oferecido pelo Panaftosa aborda esse tema de forma prática e acessível, sendo uma excelente oportunidade de capacitação para todos os envolvidos no campo.

Capacidade técnica e excelência profissional

Uma comitiva liderada pelo vice-presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Romulo Spinelli, esteve presente na cerimônia oficial de reconhecimento. Para ele, a certificação é o resultado de uma rede técnica sólida e comprometida com a saúde animal e a segurança dos alimentos.

“Essa vitória pertence a todos os profissionais que atuam com responsabilidade técnica nas propriedades, nos frigoríficos, nos serviços de inspeção e na vigilância sanitária. O reconhecimento da Omsa mostra ao mundo que o Brasil tem capacidade técnica e estrutura profissional de excelência”, afirmou Spinelli.

Solidez da vigilância

A Omsa reconheceu que o Brasil cumpriu todos os requisitos internacionais, destacando a solidez do sistema de vigilância e a capacidade de resposta a possíveis surtos. O status sanitário também impulsiona a economia: estima-se que o País possa aumentar significativamente sua participação em mercados que exigem status de livre de vacinação, como Japão, Coreia do Sul e União Europeia.

A certificação representa uma oportunidade estratégica para o Brasil, que passa a figurar entre as nações mais confiáveis do ponto de vista sanitário. “Médicos-veterinários e zootecnistas são protagonistas dessa história. Sem eles, não seria possível garantir a rastreabilidade, o controle e a prevenção de doenças em um território tão extenso e diverso como o nosso”, completou Spinelli. 

Também integraram a comitiva o tesoureiro do CFMV, Marcos Vinícius Neves, o conselheiro do CFMV, Francisco Edson Gomes, e os presidentes dos conselhos regionais Aruaque Lotufo (CRMV-MT), Diogo Alves (CRMV-RJ), Mauro Moreira, Rafael Vieira (CRMV-GO) e Thiago Fraga (CRMV-MS).

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