Aumentar a rede de proteção sanitária na suinocultura é urgente

Atuação de profissionais capacitados é fundamental em todas as etapas da produção animal
Texto: Comunicação CRMV-SP
Foto: Pixabay

Mesmo estando em um momento de grande crescimento, ainda há muito o que melhorar na Suinocultura. Para o médico-veterinário Ricardo Moreira Calil, presidente da Comissão Técnica de Alimentos (CTA) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), ainda existem granjas, por exemplo, usando restos de comida ou de produção agrícola para alimentar os animais.

“Isso coloca em risco todo o plantel brasileiro. É preciso endurecer as regras. Evidentemente, não só para suínos, também para bovinos, aves, para todas as criações. Já tivemos problema com peste suína africana na década de 1970 e foi muito difícil resolver todas as questões. Por isso, precisamos ter bastante rigor na entrada de produtos e viajantes provenientes da Ásia. É mais fácil impedirmos que o vírus entre no País do que depois tentar resolver a questão.”

O médico-veterinário esclarece que a peste suína africana, da qual tanto tem se falado nos noticiários, não causa nenhum dano à saúde do consumidor. “Porém, para os suínos, ela é extremamente grave porque não tem vacina, não existe tratamento e os animais são acometidos por febre alta, sangramento e dificuldade respiratória. A transmissão entre os animais é muito rápida, alerta Calil.

O controle da doença é complexo e exige o envolvimento de todos os profissionais da área. “Investir em programas sanitários, especialmente em países em que o Agronegócio é tão importante como é o caso do Brasil, não é gasto, mas, sim, investimento. O Brasil precisa, de uma vez por todas, aumentar a sua rede de proteção sanitária no Agronegócio, para não correr riscos”, enfatiza o médico-veterinário.

Olhar profissional

Neste contexto, a atuação de profissionais capacitados é fundamental, considerando o segmento primário, na produção; o segmento secundário, na indústria e nos frigoríficos; e o terciário, no acompanhamento das ações de varejo, na distribuição destes produtos, para que chegue de forma segura ao consumidor.

“Tanto o médico-veterinário como o zootecnista são fundamentais em todas as etapas de produção da suinocultura, desde o nascimento do leitão até os cuidados com o alimento já processado nas gôndolas do supermercado. Os primeiros cuidados com o leitão no seu nascimento impactarão no resultado final no frigorífico”, salienta zootecnista Paola Moretti Rueda, integrante da Comissão Técnica de Bem-Estar Animal do CRMV-SP.

Alternativas sustentáveis

A busca por alternativas de criações sustentáveis, dos pontos de vista ético, ambiental e financeiro, também é papel-chave na atuação profissional. Já no final do ciclo produtivo, a atuação no transporte e abate são essenciais para a manutenção da qualidade e segurança do alimento, bem como o bem-estar dos animais. “Em resumo, não é possível uma produção ética e sustentável sem a participação dos profissionais”, enfatiza Paola

Segundo a zootecnista, o Brasil e os profissionais ligados à suinocultura precisam estar atentos às tendências internacionais de mercado, para que possamos estar, como País, cada vez mais alinhados com as exigências dos consumidores e servir mercados mais exigentes e que bonificam melhor. “Sem dúvida, a tendência mundial é beneficiar a Saúde e Bem-estar Únicos”, conclui Paola.

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