Dia do Cavalo: Bem-estar deve ser prioridade no setor equestre

Respeito às características e necessidades comportamentais da espécie é fator crucial
Comunicação CRMV-SP

O dia 14/09 é reservado no calendário para homenagear os cavalos. No entanto, para que a espécie de fato seja agraciada pelos humanos, é imprescindível ampliar a visão sobre as características comportamentais da espécie, realinhando constantemente as práticas de manejo, nos diversos contextos do setor equestre.

Atualmente, o Brasil possui 5 milhões de cavalos, dos quais 80%, em média, estão à serviço da pecuária extensiva – sendo utilizados para tocar o gado. Há, também, o segmento do esporte – como corridas e hipismo – e o de atividades de lazer e recreação, em estabelecimentos do setor turístico. Alguns proprietários, ainda, têm os cavalos como animais de estimação.

É certo que os cavalos sempre foram força motriz para atividades humanas. Se no passado eles foram muito negligenciados, na atualidade, apesar dos avanços tecnológicos e científicos que atribuíram consideráveis ganhos sob o ponto de vista de saúde, ainda há gargalos a serem resolvidos, especialmente no que tange ao bem-estar animal.

“Alteramos em demasia o comportamento alimentar e de movimentação deste animal”, comenta a médica-veterinária Cláudia Leschonski, integrante das comissões técnicas de Bem-estar Animal (CTBEA) e de Equideocultura (CTE) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

Comportamento natural como ponto de partida

Cláudia explica que o “bem-estar deriva do comportamento natural”, que, no caso de cavalos, é o de manada de grandes planícies gramadas, nas quais os animais vivem caminhando e se alimentando, em pequenas quantidades, por mais de 16h por dia. Partindo desta observação, é evidente que parte do manejo no setor equestre ainda não condiz com tais características.

O isolamento em baias os priva de caminhar, da convivência com outros cavalos e da alimentação adequada. “O estresse deste manejo se apresenta, por exemplo, na forma de alterações gástricas, como úlceras e gastrites, e comportamentais, com manifestações como a conhecida por ‘dança do urso’, em que o cavalo se balança compulsivamente”, diz a médica-veterinária.

Mudanças já são observadas

Felizmente, já ocorreram avanços. “Houve um salto no que se refere ao estudo comportamento animal. Os resultados práticos são piquetes que permitem convivência entre os cavalos, doma racional (sem agressões) e proibição de alguns equipamentos que causavam sofrimento”, comenta o presidente da CTE/CRMV-SP, médico-veterinário Otávio Diniz.

Outras melhorias no manejo mencionadas por Diniz e por Cláudia são as solturas para que os animais caminhem diariamente e piquetes com uma espécie de varanda para maior movimentação mesmo quando os animais não estão soltos.

Visão integrativa entre os profissionais do setor é fundamental

Ambos os profissionais consideram que as boas práticas de manejo devem ser uma busca constante para a promoção do bem-estar aos equinos. “Não se trata apenas de aplicar o que há de melhor em diagnósticos, clínica, reprodução e nutrição”, diz Cláudia, sobre contextos em que, muitas vezes, cavalos são tratados com foco no sintoma, não em eliminar a causa.

“O setor equestre precisa aumentar o conhecimento sobre o que é indispensável para que os animais vivam em bem-estar emocional, o que inclui ampliar a visão dos médicos-veterinários e, também, melhorar a formação dos cavaleiros”, afirma Cláudia, que ainda frisa: “o respeito e a ética na lida com o animal devem ser os pilares de todas as ações.”

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