Potencial da Aquicultura brasileira é tema de palestra no 5º Encontro de Zootecnistas

Desafios para fortalecimento do setor serão abordados durante o segundo dia de evento promovido pelo CRMV-SP em homenagem ao Dia do Zootecnista
Comunicação CRMV-SP/Foto: Pixabay
Tanques de terra retangulares estão entre as diversas opções de sistemas de criação. de peixes.

Diante do inegável potencial do Brasil para a Aquicultura, favorecido pela disponibilidade de recursos hídricos, clima adequado, mão de obra qualificada e crescente demanda do consumo, o setor busca aprimoramento para alavancar a produção do País e atender as exigências do mercado interno e externo. Diante do cenário, as oportunidades e desafios na área serão tema do segundo dia de programação do 5º Encontro de Zootecnistas, em painel conduzido pelo zootecnista Wagner Chakib Camis.

Promovido pela Comissão Técnica de Zootecnia e Ensino (CTZE) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), o encontro on-line que ocorrerá na próxima terça-feira (10), a partir das 19h, terá o tema “Aquicultura: segmento emergente do agronegócio”, tendo como debatedores, os zootecnistas Luiz Marques da Silva Ayroza, membro da Comissão Técnica de Aquicultura, e Ricardo Firetti, integrante da CTZE. 

Entre os diversos segmentos da Aquicultura, a Piscicultura alcançou projeção nas últimas décadas entre as principais atividades no agronegócio brasileiro, devido a opção para substituir, em partes, os produtos derivados da pesca extrativa. Essa alternativa, considerada como tendência pelo setor, ampliou o acesso do consumidor final ao pescado cultivado, principalmente pela implantação de inovadores projetos de produção, abate e parcerias com redes de vendas.

Os dados sobre consumo, aliados aos aspectos econômicos e ambientais, formam a base dos esforços para elaborar uma projeção em médio e longo prazo que possam direcionar estratégias de produção, assim como um conjunto de desdobramentos que favoreçam a cadeia produtiva.

Para Camis, a escolha do tema do evento é oportuna, especialmente pela representatividade do Brasil em relação ao potencial de recursos, vocação natural para o agronegócio e tradição educacional reconhecida pela qualidade da formação da mão de obra, com ênfase em produção científica para desenvolvimento de técnicas e extensão por meio das novas tecnologias.

“Em nível de produção do pescado, especialmente a tilápia, o Brasil é um case de sucesso mundial. Temos tecnologia avançada e qualidade na produção, critérios que estão entre os pilares essenciais para garantir a competitividade internacional, mas é importante frisar a necessidade constante de investimento em boas práticas e melhoramento genético com o propósito de atender as exigências do mercado”.

Responsabilidade ambiental

Camis lembra que existe um conceito fundamental para que o piscicultor compreenda a real dimensão do que a preservação do meio ambiente significa para a Piscicultura. “Há anos venho multiplicando o conceito de que não criamos peixe, mas criamos água. Felizmente, os piscicultores já têm essa consciência arraigada e sabemos hoje que, para obtermos uma boa produção, precisamos priorizar a qualidade da água e todos os fatores que envolvem essas questões, entre eles a prevenção.”

Para o zootecnista, cuja experiência profissional é marcada pela diversidade de atuação em áreas de criação animal, com ênfase nas atividades administrativas, de produção e  implantação, e nos aspectos ambientais relacionados à Piscicultura, “as iniciativas ambientalmente corretas são intrínsecas à rotina porque os produtores compreendem que todas as iniciativas têm efeito imediato no resultado, gerando uma base estruturada e consequente fortalecimento do setor”.

Empreendedorismo aquícola

Como produtor e proprietário do setor de pesqueiros, Camis atuou na consultoria da implantação de diversos estabelecimentos, especialmente na região da Grande São Paulo, compartilhando orientação sobre as “peças-chave para o êxito da atividade que coloca o Brasil em destaque pelos cumprimentos dos parâmetros sanitários e legais”.

Sobre as ferramentas tecnológicas e desenvolvimento científico, o zootecnista é categórico em reforçar o avanço dos últimos anos, revelando que “sua prática acompanhou a evolução do setor por meio de pesquisas aplicadas à produção e à solução dos problemas que, quando solucionados, colaboram para elevação do nível na cadeia produtiva”.

O profissional, que também é diretor da Associação Brasileira dos Criadores de Organismos Aquáticos (Abracoa), finaliza ressaltando a “relevância do perfil multidisciplinar do setor que, diante do crescimento previsto, exigirá mão de obra qualificada em toda sua extensão como diferencial competitivo”. Nesse sentido, a Zootecnia está diante de uma oportunidade sem precedentes para projetar a profissão como alternativa diante das demandas globais de enfrentamento à insegurança alimentar, com sustentabilidade e expressivo impacto econômico.

Responsabilidade Social

Durante a Conferência sobre Aquicultura do Terceiro Milênio, realizada em fevereiro de 2000, em Bangkok, na Tailândia, cerca de 540 participantes de 66 países estiveram presentes. Organizado pela Rede de Centros de Aquicultura da Ásia-Pacífico (NACA) e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o evento discutiu prioridades e estratégias para o desenvolvimento da Aquicultura e lançou a “Declaração de Bangkok e a Estratégia para o Desenvolvimento da Aquicultura para além de 2020”.

O documento concluiu que para a Aquicultura atingir seu potencial de contribuição para o desenvolvimento humano, equidade social e ambiental, precisa não só focar em produção e produtividades crescentes, mas, também, em produzir um pescado que esteja disponível, aceitável e acessível a todos os setores da sociedade.

5º Encontro dos Zootecnistas Programação – 10/05, às 19h

Aquicultura: segmento emergente no agronegócio

Palestrante: Wagner Chakib Camis (Piscicultura Água Pura)

Mediadores: Luiz Marques da Silva Ayrosa (Comissão Técnica de Aquicultura/CRMV-SP) e Ricardo Firetti (Comissão Técnica de Zootecnia e Ensino/CRMV-SP)

Relacionadas

A foto mostra uma mão segurando um livro. Na capa do livro está escrito Guia Prático do Associativismo: Como regularizar uma associação? Há três pessoas segurando peças de quebra-cabeça e o logotipo do CRMV-SP.
01.04.2024_CANAL_Whatsapp_post_1__MATÉRIA
cattle-930824_1280
Presidente do CRMV-SP está em um pulpito discursando. Ele é um homem de meia idade, de pele e cabelos claros, veste terno e gravata e usa óculos. Está em frente a um painel do evento

Mais Lidas

Diagnóstico por imagem é uma das especialidades reconhecidas pelo CFMV
Crédito: Acervo CRMV-SP
Notebook com a tela inicial da Solução Integrada de Gestão do CRMV-SP (SIG CRMV-SP)
Responsável técnico é a figura central que responde ética, legal e tecnicamente pelos atos profissionais da empresa
Crédito: Freepik
Em São Paulo, a primeira instituição destinada ao ensino da Veterinária teve origem no Instituto de Veterinária, nas dependências do Instituto Butantan, no ano de 1919 Crédito da foto: Acervo Histórico/FMVZ-USP

Contato

(11) 5908 4799

Sede CRMV-SP 

Endereço: Rua Apeninos, 1.088 – Paraíso – CEP: 04104-021
Cidade: São Paulo

Newsletter

Todos os direitos reservados ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo – CNPJ: 50.052.885/0001-40