Dia da Amazônia: manter a floresta de pé também é uma medida socioeconômica

Processos inteligentes e preservação são essenciais até mesmo para sobrevivência do agro
Comunicação CRMV-SP

São inúmeras as preocupações atuais para que a Amazônia seja preservada. Com as pressões de investidores internacionais, ficou mais evidente que manter a floresta de pé, preservando a biodiversidade da fauna e da flora, é, não apenas uma questão ambiental, mas também social e econômica. Estes aspectos são indissociáveis, com reflexos que vão além das fronteiras.

Esta visão está intimamente ligada ao que apontam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Organização das Nações Unidas (ONU), em especial os ODSs 12, 13, 14 e 15. As metas a serem alcançadas são um convite para que discussões polarizadas deem espaço para um olhar global e às ações mais assertivas que impeçam a degradação.

“Trata-se de um dos biomas mais ricos do planeta, que ainda sofre com desmatamento e extração ilegais de recursos, caça e tráfico de animais – inclusive os que estão sob risco de extinção”, frisa o integrante da Comissão de Médicos-veterinários de Animais Selvagens do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Fabrício Rassy.

Para se ter ideia, a Amazônia “libera sete trilhões de toneladas de água/ano, permitindo chuvas em diversas regiões. De seus rios, 20% chegam aos oceanos, contribuindo para com a vida marinha”, diz a presidente da Comissão Técnica de Saúde Ambiental do CRMV-SP, Elma Polegato, que ainda frisa que “a floresta é essencial para outros biomas, como o Pantanal.”

Uma via de mão dupla

Segundo Elma, que também é responsável pelo grupo de trabalho em destinação de resíduos gerados nas atividades agropecuárias, é urgente que as autoridades determinem ações que realmente impeçam os danos à floresta, os quais também afetam o agronegócio. “Não se trata de beneficiar o agro em detrimento da perda do verde. Pelo contrário.”

Este também é o argumento do gerente de projetos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Márcio Selva. “Falta entendimento de que preservar também é pensar no aspecto econômico. Neste sentido, tem avançado, nos últimos anos, a área da economia ecológica, que traz o conceito de complementaridade.”

É preciso visão integrada

Selva enfatiza que há muitas camadas do assunto a serem observadas e que vão além da tríade da Sustentabilidade (desenvolvimento econômico, ambiental e social). Ele menciona uma mudança de paradigma em que a biosfera (sendo a Amazônia boa parte dela) passou a ser vista como a base da sociedade, sem a qual não é possível o avanço socioeconômico.

O que o gerente de projetos do Pnuma diz está relacionado a uma nova forma de interpretar os ODSs e como todos eles estão ligados. Trata-se de uma visão de dois grandes estudiosos internacionais (Johan Rockström e Pavan Sukhdev), que não consideram a separação setorial colocada no conceito de sustentabilidade.

Soluções mais eficientes estão ao alcance

No que diz respeito às atividades produtivas, Elma ressalta que os avanços tecnológicos e científicos permitem práticas mais inteligentes ao agronegócio e que, além de preservar reservas, são necessários corredores ecológicos, pois a fragmentação reduz a diversidade genética da fauna, ameaçando diferentes espécies.

“Na pecuária, por exemplo, o foco não deve ser a extensão, mas a racionalização e a melhoria da qualidade dos rebanhos do ponto de vista tecnológico, uma vez que no aspecto sanitário, já somos referência.”

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