Dia Mundial da Segurança dos Alimentos integra agenda global de sustentabilidade

Data promove a reflexão sobre o cumprimento das regras sanitárias em todo o mundo
Texto: Comunicação CRMV-SP/ Foto: Freepik

No mês em que a Organização das Nações Unidas (ONU) convoca o mundo para uma reflexão acerca das diretrizes de preservação por meio de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estipulados para 2030, outra data importante celebrada nesta terca-feira (O7) integra a agenda das metas divididas em 17 linhas de atuação. Trata-se do Dia Mundial de Segurança Sanitária dos Alimentos.

Visando o cumprimento destes objetivos, a ONU instituiu a data como incentivo à elaboração de políticas públicas e educação ambiental, definidas não apenas pelos órgãos governamentais, mas adotadas pela sociedade civil organizada para a conscientização de uma correta higienização dos alimentos e atenção contínua sobre a procedência dos produtos consumidos, gerando um ciclo virtuoso de fiscalização e responsabilidade.

Assim como o chamado do Dia Mundial do Meio Ambiente, cujo lema reforça a realidade de que não existem planos alternativos para superar a perda de recursos naturais, afinal, há “Uma só Terra”, a data ressalta a relevância dos instrumentos de avaliação dos sistemas de controle dos alimentos como ferramenta de ações coletivas de preservação.

De acordo com o secretário-geral do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Fernando Gomes Buchala, o Brasil possui excelente aptidão para a produção de proteína animal e um papel fundamental para a segurança alimentar.

“Temos competência e capacidade para alimentar os brasileiros, produzir alimentos em volume excedente e suficiente para retirar a população mundial da zona de exclusão, assim como conquistar mercados de nichos específicos e com valores agregados. Vários relatórios das Organizações Mundiais e de Governos reconhecem e apontam para esta tendência”.

Alimentando o mundo

Fernando Gomes Buchala reforça que os médicos-veterinários e zootecnistas são os profissionais responsáveis pelas cadeias produtivas de proteína animal e tem como atribuições garantir a qualidade, saúde e bem-estar animal, sustentabilidade e segurança humana, prevenindo as zoonoses e doenças transmitidas pelos alimentos.

“Garantir a qualidade organoléptica, além de controlar a ausência de resíduos químicos, físicos e microbiológicos nos produtos de origem animal, está entre as responsabilidades destes profissionais”, enfatiza o médico-veterinário, que também atua no Escritório de Defesa Agropecuária de São José do Rio Preto.

Danos causados à saúde

Sobre os agentes patogênicos presentes nos alimentos, o médico-veterinário e presidente da Comissão Técnica de Alimentos do CRMV-SP, Ricardo Moreira Calil, explica que os danos à saúde dos consumidores podem gerar desde uma simples indisposição estomacal a situações graves, que podem levar a internação hospitalar ou até mesmo a óbito.

“Bactérias, vírus, mofos/bolores são extremamente danosos à saúde. Destacam-se também os transmissores de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs), como a Salmonella, que tem sido uma das mais citadas pelos órgãos de Vigilância Sanitária, bem como, Staphylococcus, Listeria e coliformes”, informa.

A complexidade na cadeia produtiva de alimentos mobiliza as autoridades de saúde em todo o mundo já que, durante as últimas duas décadas, as doenças transmitidas por alimentos têm emergido como um crescente problema econômico e de saúde pública.

As previsões são de que a situação se agrave no século 21 devido às mudanças globais provocadas pelo crescimento populacional, miserabilidade, exportação de alimentos e rações animais, que influenciam a segurança alimentar internacional.

Um exemplo significativo de contaminantes dos alimentos, segundo Calil, são os parasitas, cujos ovos ou larvas podem estar presentes nos alimentos, causando doenças a partir da ação dos parasitas adultos que sugam a energia do hospedeiro, neste caso o ser humano.

“A cisticercose, teníase, fasciolose, giardíase e outras, são doenças parasitárias que podem afetar o ser humano, em alguns casos com certa gravidade”, alerta Calil.

Bons exemplos e educação

Para o mestre e doutor em Saúde Pública, Ricardo Calil, é preciso seguir os bons exemplos de países desenvolvidos, onde as doenças transmitidas por alimentos são identificadas imediatamente e notificadas às autoridades sanitárias.

“Essa medida facilita a dotação de recursos para uma ação mais efetiva de fiscalização da manipulação dos alimentos, como também a orientação dos consumidores em relação à adequada escolha dos mesmos. Essas ações são respaldadas por legislações com apoio de entidades que visam uma maior proteção a saúde da população”, diz.  

Calil ressalta que, contrariando a cultura de outros países, no Brasil as notificações das doenças transmitidas por alimentos não são comuns, muito embora os serviços de saúde recebam uma quantidade diária expressiva de pacientes com sintomas que sugerem diagnóstico de DTAs.

“A preocupação restrita ao tratamento dos sintomas gera uma lacuna no processo de combate às causas, já que a notificação, bem como a possível identificação do agente causador, é relegada a um segundo plano”, explica o médico-veterinário.

O papel da inspeção

Ricardo Calil reforça que os médicos-veterinários têm desempenhado um papel fundamental na segurança dos alimentos no mundo todo por meio do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que há mais de um século vem realizando um trabalho contínuo junto às indústrias, que fez com que muitos países optassem por adquirir produtos de origem animal com a garantia da inspeção sanitária brasileira. “O País é o principal exportador mundial de carne bovina e de frango, e de outros produtos de origem animal, que chegam a mais de 180 países. Tem participação no trabalho da Vigilância Sanitária, seja por meio das inspeções estaduais ou municipais, e no controle e fiscalização do comércio atacadista e varejista nos municípios em serviços oficiais. Além disso, também atuam como responsáveis técnicos (RT), orientando e contribuindo para o atendimento das diferentes legislações”, finaliza Calil.

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