A Comissão Estadual do Agronegócio do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) se reuniu em 28/07 para discutir sobre a cadeia produtiva da suinocultura no Brasil e no exterior. O encontro contou com a presença de Artur Felício, gerente do Programa Estadual de Sanidade Suídea (PESS) da Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo.

Marcado pelo crescimento expressivo do consumo per capita, o setor aumentou em 45% sua produção nos últimos dez anos. “O Brasil se tornou um player importante no mercado internacional de carne suína. Somos hoje o quarto maior produtor e exportador desta proteína, com índices altos de qualidade animal, segurança e sabor”, explica Antonio Ianni, membro da Comissão Estadual do Agronegócio da autarquia.

O mercado mundial das carnes entra no terceiro ano da pandemia da Covid-19. De acordo com o Ianni, os criadores brasileiros precisam de atenção aos custos de produção, que chegaram a crescer consideravelmente desde o início de 2020. “São muitos os fatores que pressionam as contas, como os altos preços dos insumos, como milho, farelo de soja e aditivos. E o câmbio, que ajuda nas vendas externas, sufoca financeiramente na questão dos produtos importados, principalmente na suplementação nutricional e tecnologias veterinárias”, conta.

Durante o encontro, Artur Felício falou sobre a atuação do PESS e de que maneira o setor público está contribuindo para atender as necessidades do setor privado, por meio da garantia da vigilância sanitária e epidemiológica das doenças em suínos.

“O Brasil está entre os dez maiores produtores mundiais de carne suína e é o que apresenta o melhor cenário sanitário. Somos livres da Peste Suína Clássica e da Peste Suína Africana, o que nos traz inúmeras vantagens competitivas frente aos demais produtores e exportadores”, enfatiza o médico-veterinário.

Assim como foi feito nesta e em reuniões anteriores da Comissão, em que os membros se reuniram para congregar sobre os elos da cadeia da avicultura, os demais setores representativos do agronegócio também serão ouvidos ao longo do ano, enfatizou o presidente da Comissão e secretário-geral do CRMV-SP, Fernando Gomes Buchala.

“Hoje abrimos espaço para falar sobre a suinocultura, e contamos com a presença de parceiros que se uniram a nós para trazer suas experiências e expertises. Nosso objetivo é captar as informações dos diversos setores do agro e preparar conteúdos, artigos e pesquisas que apresentem dados importantes sobre as áreas, para publicações futuras”, disse.

Profissionais que alimentam o mundo

Independente da cadeia produtiva, o papel do médico-veterinário e do zootecnista é imprescindível para a manutenção da vida por meio da atuação que envolve produção, inspeção, defesa e vigilância sanitária dos alimentos de origem animal. 

“O Brasil está entre os quatro maiores produtores de alimentos do mundo. Isso mostra que, no campo, a sanidade é adequada e segura. Atualmente, não há nada que comprometa as exportações brasileiras, tampouco a saúde global humana”, diz Masaio Mizuno Ishizuka, membro da Comissão do Agronegócio e consultora em saúde suína e avícola.  

No ritmo que cresce a agropecuária brasileira, o País poderá se tornar o mais importante parceiro estratégico na produção de alimentos do planeta. “A população humana está crescendo e a demanda por alimentos de qualidade será cada vez maior”, afirma.

Para José Roberto Bottura, membro da Comissão e diretor técnico da Associação Paulista de Avicultura (APA), o mercado precisará de profissionais cada vez mais tecnificados. “O campo de trabalho é bastante promissor, mas o profissional precisa estar bem preparado, pois a competitividade é grande, principalmente pelas altas tecnologias utilizadas nos produtos”, afirma.